terça-feira, 10 de março de 2020

Cerro Vallecitos 5.500 m - 12ª Expedição a Cordilheira dos Andes












"O medo é constante, nos pertence. Com ele não faremos coisas estúpidas! Coragem é o domínio do medo!"


Reflexão, esperança, perdão e salvação!
12ª Expedição a Cordilheira dos Andes por Thomas Schulze.
2ª Expedição a Cordilheira dos Andes por CASG - Clube Andinista da Serra Gaúcha.

- No dia 10 de fevereiro embarcamos em ônibus da empresa Flechabus com destino a Córdoba na Argentina. Chegamos no dia 11 pela tarde. Trocamos uns reais por pesos argentinos numa boa cotação: 15 pesos argentinos para cada 1 real, na rodoviária mesmo de Córdoba. Isso me garantiu uma flexibilidade maior pois eu tinha levado dinheiro para o estritamente necessário. Neste mesmo dia embarcamos para a cidade de Mendoza. 

- Chegamos no dia 12, logo na chegada compramos as passagens para Potrerillos (cidade de Luján De Cuyo) e depois do meio dia já estávamos neste povoado. Ele está as margens da RN7 – Rota Nacional 7, sua altitude é de 1.360m e fica a uns 63km da cidade de Mendoza. Tem-se que passar por ele para acessar as estradas que levam ao parque Cordón Del Plata, que era nosso destino. Neste mesmo dia, por meio de fretamento, Júnior um brasileiro radicado em Mendoza, deixou-nos no refúgio da Universidade de Cuyo, onde costumo ficar quando vou para esses lados da cordilheira.

- Eu e Gersom fizemos uma pequena caminhada local, neste dia (12-02-2020).

- Na manhã seguinte (13) amanheceu com forte neblina, atrasando nossa saída para uma aclimatação. 


- Saímos pelas 11h da manhã e seguimos trilhas acima em direção de uma pequena cadeia de montanhas, a Cadenita. 

- Depois de algumas horas pudemos chegar ao topo de cerro Andresito com 3.100 m de altitude (apesar de uma placa indicava 3.200m). Imagem do Gersom.
- Mais algumas horas e estávamos no topo do cerro Arenales com 3.460m de altitude. 
- Descemos pelo vale “Estudiante”. No caminho, em uma pequena formação rochosa, pudemos exercitar técnicas de escalada em rocha. 
- Voltamos para o refúgio. Altitude máxima 3.460m e altitude de descanso 2.800m.

- Dia de levar (14) parte dos equipamentos para o segundo acampamento: Veguita Superior a 3.460m e retornamos a 2.800m no Refúgio da Universidade.

- Dia 15. Levamos o resto dos equipamentos como saco de dormir, alimentos e roupas. Passamos a noite em barracas. Altitude máxima e de sono/descanso: 3.460m.
- Dia 16. Fomos levar parte dos equipamentos para o acampamento base El Salto, porém um pouco mais para cima EL Salto Superior, onde fomos informados que a água estava melhor. Existia uma suspeita de contaminação da água por ferro (minério de ferro). Voltamos ao acampamento Veguitas Superior. Altitude máxima 4.300m e altitude de descanso 3.460m.

- Dia de saída para o acampamento base (17)! Ventou muito de madrugada. Minha barraca dobrou e quebrou. Eu tinha um “curativo”. Nada mais que um tubo de alumínio e um pouco de fita americana (silver tape).

- Passei algumas horas segurando a barraca por dentro. Neste dia levamos o restante dos equipamentos para o acampamento base Salto Superior. Cheguei depois de umas 8 horas de caminhada. Montamos novamente o acampamento. Reduzimos a altura das barracas, aumentamos a altura da mureta (pirca) de pedras, jantamos e fomos descansar.

- Dia 18. Um bom dia para aclimatação!  As informações que tivemos na vila foram de inexistência de gelo. Levamos grampons e piolet, um conjunto cada um. Eu, mais um parafuso tubular para gelo e alguns mosquetões. Caminhamos por pedras soltas, trilhas falsas... Até que Gersom indicou uma ponte de gelo no meio do nada. Fomos investigar e encontramos um derretimento do gelo. Uma depressão de 8m de profundidade.
 
- Foi uma vivência de escalada em gelo. Picaretadas, reconhecer o som de uma boa fixação, colocação de parafuso, progressão lateral.


- Dia 19. Acordamos as 3 horas da madrugada. Saímos as 3h e 30 min para o cerro Vallecitos. Eu vinha me recuperando de uma lesão no joelho ocorrida ano passado em uma trilha na ilha de Florianópolis SC. Pelas 7 horas alcançamos um acampamento superior – La Hoyada. Por algum motivo desconhecido uma bolsa contendo equipamentos extras e minha alimentação de trilha caiu da mochila quando eu saí da barraca... Não sei... Achei mais prudente interromper minha ascensão, porém estava muito frio. Até encontrei umas pedras para a proteção do vento. O vento estava demais, nem com o surgimento da claridade e raios solares amenizaram a situação. Uma garrafa térmica com um litro d’água, mais 500 ml de bebida isotônica, um chocolate snicker consumido horas antes já tinha sumido do meu estômago. Provavelmente meu consumo calórico estava próximo a 700kcal/hora. Fiquei alguns minutos ali. O Gersom estaria de volta em umas cinco horas. Cinco horas? Decidi subir ao portezuelo – uma espécie de ligação entre os vales, onde não tem montanha rochosa. Retirei tudo que era estritamente necessário da mochila. Deixei-a do lado da trilha.

- Com algumas cordinhas e mosquetões, fiz uma   bandoleira, água pendurada etc, etc. Calmamente me pus a caminhar, bem devagar tentando manter a freqüência cardíaca perto do aeróbico, portanto maior consumo de gordura como substrato energético. Cheguei ao portezuelo, fui recebido com uma forte rajada de vento uma vista interessante de outro vale. Altitude 4.940m, estava bom para mim! Encontrei um lugar abrigado e fiquei admirando a paisagem comendo uns biscoitos que estavam no fundo do porta garrafa, nem tudo estava perdido! Eu tinha que me resguardar para a volta. Inesperadamente aparece uma pessoa de jaqueta amarelo limão! O Gersom! Sem mochila! O quê aconteceu? Nada. Ele veio me trazer um lanche. Tá... Uva passa, castanhas, amendoim. Sabe? Vou para o próximo portezuelo!
- Essa foi uma expedição de reflexão, deixei a mente relaxada e o corpo fazia somente os movimentos básicos do caminhar.

- Lembranças antigas vieram na minha mente. Lembranças de entes queridos. Lembranças de frases ditas. Fragmentos de sensações de felicidade, de apoio. Elas vinham pelo ar e entravam nos meus ouvidos como letras de uma música.


- O que é coragem? Um conjunto de conhecimento posto em prática em um lugar inóspito poderia ser praticado sem: coragem?
- O medo é constante, nos pertence. Com ele não faremos coisas estúpidas! Coragem é o domínio do medo!  
Você ama o que faz! Você tem esperança quanto aos seus resultados! Você consegue se perdoar!

Cheguei aos 5.206m de altitude!

- Esse é um lugar impressionante! Você sobe um morrinho e se depara com um verdadeiro mar de montanhas. No horizonte surge um monte, destacando-se proeminente cerro Aconcagua.

- Fiquei realizado! Novamente neste lugar, sob condições extremamentes desfavoráveis!

- Esperei o Gersom.
 - Vi ele retornando com um enorme sorriso! O vento era forte. Eu fazia força para ficar de pé, apoiado nas pernas e bastões. 

- Logo retornamos! No caminho tropecei numa pedra. Era o que me faltava! Meu joelho doía demais. Mesmo assim continuei com mais cuidado.

- Chegamos ainda de dia ao acampamento. Hidratei-me. Alimentei-me e fui dormir.

- Dia de descer com “todas” as coisas (20). Todos os equipamentos. Minha mochila estava muito pesada. Talvez uns 30 quilos... Eu não queria tomar analgésicos... Eu não queria “mascarar” uma futura dor, quem sabe, vindo de algum incidente.

- Na área do acampamento Veguitas Superior, tomei uns analgésicos. Só para me deixar mais atento. Continuamos descendo.










- Próximo ao refúgio dos porteadores, encontrei Júnior de automóvel. Levou-me até o refúgio da universidade. Gersom já tinha chegado uns minutos antes.

 - Dia 21. Júnior levou-nos de automóvel para a vila Potrerillos. Após uma deliciosa pizza, embarcamos para a vila Puente Del Inca para uma nova aventura! Resgatar um artesanato de um amigo, encomendado há 2 anos!

- Dia 22. Aproveitamos para visitar o Parque Provincial Aconcágua. Fizemos o passeio da laguna Horcones. Pagamos 300 pesos argentinos. Pelo nosso câmbio, saiu 20 reais.


. . 

- Presenciamos uma competição de corrida em altitude. Surpresos, encontramos brasileiras e brasileiros!

 

- Resgatamos o artesanato. De tarde, quase noite, descemos para Mendoza chegando quase meia noite. Ficamos, novamente, no hostel de los Artistas!









- No dia 23, pesquisa, como voltar ao Brasil... Tudo lotado! Avião caro! O itinerário seria:
Mendoza – Buenos Aires – Paso de los Libres – Porto Alegre – Caxias do Sul. Em... 4 dias!
Resolvido essa parte, fomos fazer turismo. Algumas praças. No centro, tudo fechado por causa do feriado.
- - - As imagens não querem ficar na posição correta!




- Dia 24, no final da tarde, embarcamos para Buenos Aires.





- Tive a oportunidade de ficar em: Paso de los Libres (26), por algumas horas. Pois chegamos de noite e o ônibus seria somente no outro dia pela noite.


- Dia 27 eu já estava na cidade de Caxias do Sul.  

..............Fim! Obrigado pela atenção!.............



“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41:10).  

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